quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quem eu estou sendo para mim?



Outra noite, em um dos raros momentos de insônia, comecei a fazer uma análise da minha vida e me deparei com uma questão que me motivou a escrever mais este artigo, "quem eu estou sendo para mim?"
Eu estou vivendo um momento em que tive que dar uma desacelerada no meu ritmo devido ao alto nível de stress e também devido á uma cirurgia que fui submetido. Neste momento de reflexão, comecei a fazer um backup dos últimos acontecimentos que se passaram comigo e fiquei admirado ao concluir que tudo que me levou a viver um nível tão alto de stress é que eu não estava vivendo para mim e sim vivendo e sendo, para a sociedade, o que ela queria que eu vivesse e fosse para ela.
Estive lendo um artigo sobre Charles Chaplin, “O Grande Ditador”, que em uma das partes do seu discurso ele cita a seguinte frase:

“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. Não sois máquina! Homens é que sois!”(Charlie Chaplin – O Grande Ditador).
Tenho toda convicção que não posso mudar “o mundo”, mas posso mudar “o meu mundo”. Consciente que o direito do meu próximo se limita ao meu, posso fazer com que o meu mundo seja melhor dentro dos meus limites e sem precisar desejar o que foge disto.
Existe uma teoria chamada “teoria da prosperidade” (não quero fazer nenhum tipo de alusão), que diz que para sermos felizes e realizados, devemos ter de tudo e do bom e do melhor. Concordo que conforto, dinheiro e saúde (tendo o suficiente) não faz mal a ninguém, mas o que me entristece é que existem pessoas que se definham e até esquecem de viver e se entregam literalmente de corpo e alma a tão sonhada prosperidade e passam por cima de  sentimentos e valores para conseguirem o que querem.
A cobiça envenenou a alma dos homens. Hoje em dia é muito comum ouvir de algumas pessoas a seguinte frase: “...eu não quero saber de mais nada, só quero saber o que eu ganho com isto!”.
No livro de Mateus, capítulo 6, versículos 19 a 21, o Sr. Jesus ensina aos seus discípulos, e a nós, como e onde devemos juntar riquezas (sermos prósperos), pois onde estão as nossas riquezas, ali estará o nosso coração.
Preciso de valores para viver aqui, sim preciso, mas se eu posso ser feliz com o que eu tenho e sem avareza buscar melhorias, porque então perder a chance de viver momentos felizes e produzindo momentos felizes aos que estão próximo a mim?
Em uma das minhas pesquisas, encontrei em um site chamado www.psique.med.br que traz um texto intitulado “Passeio Socrático” do escritor Frei Beto, em que ele fala sobre algumas experiências que ele viveu, lugares que ele passou e pessoas que ele conheceu. Neste texto está relatada a forma em que ele vê a sociedade por onde ele passou e a maneira como vivem. Em todos os exemplos no texto citado, entendi que, o homem vive como que querendo provar para si mesmo e para os que estão a sua volta, que o mais importante é mostrar o seu status social, mesmo que para isto tenha que se submeter ao monstro do consumismo.
Sócrates, filósofo grego, dizia uma frase (dentre muitas que eu gosto) que acredito que se puséssemos em prática, muita coisa em nós mudaria e certamente mudaria para melhor que diz assim: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz”.
Concluí em tudo isto que para ser feliz eu não preciso me enquadrar numa fôrma que não é para mim, mas que é ditada pela sociedade como padrão de uma vida feliz e realizada. Eu posso e quero ser feliz com o que eu tenho e com o que está ao meu alcance. A maior riqueza, e que ninguém rouba, é a nossa paz com Deus. Este é o tesouro e a riqueza que devemos juntar.
Quem você está sendo para você?

3 comentários:

  1. muito interessante,para sermos felizes não precisamos ter tudo,basta sabermos utilizar o que já temos, principalmente o dom da inteligencia e capacidade.

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  2. Quanta coisa realmente existe nesse mundo a qual não precisamos para sermos felizes.. se todos soubessem escolher o q leva a felicidade seria muito bom!!!!

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  3. Não devemos viver em função do mundo e do que as pessoa acham,devemos viver para nós..Adorei essa reflexão do seu blog,me identifiquei bastante com ela , parabéns pelo blog,essa postagem foi maravilhosa! Um abraço e sucessos,Romana.

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