quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE”, MAS QUAL MORTE?


Muitas pessoas tem medo da tão “implacável morte”, e na verdade quem não tem!!!
A dor da separação, a falta da pessoa querida e a saudade alimentam em nós o medo de tão terrível momento.
A definição de morte, para a ciência, é o cessamento permanente das atividades biológicas necessárias à manutenção da vida de um organismo; mas eu quero falar não apenas da morte do organismo, mas também, da morte dos sentimentos.
Estive buscando a origem da frase “Até que a Morte nos separe”,  que as pessoas consideram como sagrada. Eu, até então, acreditava piamente que era uma citação bíblica e então fui busca-la na bíblia também, não querendo afrontar ninguém ou até mesmo a verdade, mas para encontrar uma resposta.
Na primeira carta do apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Corintos (os coríntios), no capítulo 7, ele faz uma explicação sobre o casamento para aqueles que desejam viver uma vida em comum, uma vida “separada” ou até mesmo “diferenciada” da forma em que algumas pessoas vivem.
Em sua carta, Paulo relata que realmente não é da vontade de Deus que haja separação, mas que permaneça. Ele ainda, durante a exposição da vontade de Deus, faz seus comentários de ser humano, indicando o que é bom para que um relacionamento se torne duradouro, mas em momento algum cita a frase em questão.
Pois bem, agora vamos nos voltar para a realidade das coisas que acontecem nos nossos dias;
As pessoas tem se tornado cada dia mais egoístas, e na maioria das vezes passam por cima de muitas coisas para conseguirem alcançar o que desejam ou o que as satisfaçam. Nesta busca acabam passando por cima também dos relacionamentos, do afeto e do respeito, causando na outra pessoa uma desilusão, descontentamento e frustação. Tudo isto, aos poucos, leva ao esfriamento da relação onde começa um processo de rotina e que não tem outro caminho, senão, a morte dos sentimentos.
Como para a ciência a definição de morte fala que, é o cessamento permanente das atividades biológicas necessárias à manutenção da vida de um organismo, também para a relação podemos fazer tal afirmação.
Em um relacionamento onde uma das partes quer se sobressair mais que a outra, começa a causar um sufocamento na vida a dois, fazendo o (a) outro (a) se sentir diminuído (a). Entendendo que sempre haverá a necessidade de que um conduza o outro mostrando um gesto de segurança e proteção, nunca deverá acontecer a diminuição da capacidade do companheiro (a).
No sexto mandamento, das leis que Deus ao povo de Israel quando estavam peregrinando pelo deserto, nos ordena “Não Matarás”. Se olharmos ao pé-da-letra esta lei, continuaremos apenas com o entendimento da morte física, mas se observarmos fazendo nela uma meditação, que também é uma determinação divina, chegaremos à conclusão que existem outros tipos de morte.
A morte física, morte da matéria, é algo incontestável, que está além da nossa capacidade, mas a morte dos sentimentos é algo que podemos evitar e está ao nosso alcance.
Entendo que o maior “pecado” não é somente o de tirar a vida de uma pessoa, claro que não estou incentivando aos que fizeram ou fazem  e nem tampouco os absolvendo de tal fato, mas deixar uma pessoa sem vontade de viver, de se relacionar e até mesmo de sorrir, é tão grave quanto tirar a vida física. A pessoa que sofre este trauma passa a viver como um morto-vivo e o relacionamento passa a entrar em estado de decomposição.
O tempo em que se pode ficar perto do corpo da pessoa que acabou de falecer vai se encurtando a cada segundo que passa até o momento da total despedida. Assim também acontece em um relacionamento em que os sentimentos deixaram de existir, isto é, morreram e cada segundo diminui a tolerância da presença de tal pessoa, até que chega um momento em que o melhor que se tem a fazer é infelizmente a despedida.
Devemos então, zelar pela vida dos sentimentos para que o mesmo não adoeça e morra e que a frase “até que a morte nos separe” tenha efeito.

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Um comentário:

  1. Creio que o sentido da palavra morte aí é de fim. Final de um ciclo. Onde não existe mais o fundamento que causou a união. Onde não há mais dois caminhando lado a lado. Foram felizes enquanto durou. Será mesmo? Em uma sociedade, onde até um bom tempo atrás, as pessoas levavam e eu poderia afirmar, até hoje, muitos casais, ainda levam seus casamentos à frente, apenas para manter as aparências, pois o casal já não vive junto, há muitos anos, vivem ambos cada um suas vidas, apenas mantém uma faixada, para a sociedade. Talvez, esta seja uma das maiores hipocrisias já cometidas pelo ser humano, ecomo também o maior de seus enganos, que o levam a um precipício sem fim. O sofrimento de viver algo irreal, é como um sacrifício, uma penitência. Melhor seria morrer no sentido literal. A vida que nos é dada por Deus passa tão ligeira, para ser dispersada desta forma. Ser livre é sinônimo de felicidade. Deus nos criou com este intuito, de sermos felizes.

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